Projeto cultural, com objetivo de inclusão social e cultural no agreste alagoano.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ana de Hollanda, futura ministra da Cultura.

A cantora e compositora Ana de Hollanda foi escolhida para ser a nova ministra da Cultura. Ela será a primeira mulher a assumir a chefia do Ministério da Cultura, concretizando o desejo anunciado por Dilma de ter mais mulheres em cargos de chefia na Esplanada.

Ana de Hollanda esteve em uma sala de reuniões do edifício do BNDES para sua primeira coletiva de imprensa após o anúncio oficial feito pela equipe de transição. O encontro aconteceu na manhã desta terça-feira (22), no Rio de Janeiro.

Na conversa, a futura ministra falou de suas prioridades de gestão e se revelou ainda surpresa com o convite que recebeu da presidente eleita. Ana também reconheceu a qualidade da gestão iniciada por Gilberto Gil e continuada por Juca Ferreira, e destacou especialmente o trabalho realizado em regiões do Brasil onde anteriormente o MinC não atuava. Ela também assegurou que pretende dar continuidade a uma série de políticas culturais já implantadas e destacou a importância da criação do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e da implementação dos Pontos de Cultura como exemplos de ações de fortalecimento da política cultural no Brasil.

“O MinC tem dado prioridade em atender classes desfavorecidas, o que tem proporcionado um grande trabalho de inclusão social. Pretendo aproveitar essas ações e manter a Cultura como fator de inserção social”, disse Ana de Hollanda. “Não quero interromper este trabalho bem feito que tem sido desenvolvido pelo Ministério da Cultura, mas é evidente que cada gestor tem uma visão e vai dar suas prioridades ao que achar necessário”, completou.

Para a futura nova ministra, o centro da cadeia produtiva está na área da criação e destacou que pretende desenvolver um trabalho maior de fomento e difusão dessa área, passando pela música, o cinema, as artes plásticas, o circo, o design, o teatro, a dança, entre outras áreas. Ela também revelou sua preocupação com a diversidade cultural brasileira e pretende trabalhar em parcerias com os diversos setores, focalizando também na integração entre os ministérios.

Quando questionada pelos jornalistas sobre as reformas da Lei dos Direitos Autorais e da Lei Rouanet, Ana de Hollanda afirmou que essas questões continuarão sendo discutidas pelo Ministério da Cultura e acompanhadas por especialistas do setor, que analisarão o que deve ser mantido ou alterado ao longo de sua gestão.

Ana defendeu ainda a inserção da Cultura como fator relevante para elevação do nível social e de conhecimento do brasileiro, e que isso deve ser feito tanto por meio do consumo como da participação criativa. “A cultura é uma necessidade do ser humano prevista na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o que naturalmente demonstrará a necessidade de mais verbas para esse setor”, declarou.

Trajetória

A Cultura sempre teve uma presença forte na vida de Ana de Hollanda, que vem participando de discussões do setor há pelo menos 30 anos.

Trabalhou no Centro Cultural São Paulo, da Secretaria Municipal de São Paulo, de 1982 a 1985, e chefiou o setor de música do órgão. Foi também Secretária de Cultura do Município de Osasco, entre 1986 e 1988, e diretora do Centro de Música da Funarte (Fundação Nacional de Artes), entre 2003 e 2007, quando teve a oportunidade de reavivar o Projeto Pixinguinha. Na Funarte, Ana de Hollanda também participou do projeto de criação das Câmaras Setoriais e coordenou a Câmara Setorial de Música.

Nos últimos três anos, ela fez parte da diretoria do Museu da Imagem e do Som (MIS), do Rio de Janeiro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Memoial Darcy Ribeiro

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, prestigiaram, nessa segunda-feira (06.12), a cerimônia de inauguração do Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UnB). Também estiveram presentes à solenidade o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o ministro da Educação e da Cultura do Uruguai, Ricardo Ehrlich, o ministro brasileiro da Educação, Fernando Haddad, e o presidente da Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), Paulo Ribeiro.

O Memorial é resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Fundar.

Projetado pelo arquiteto e parceiro de Darcy, João Filgueiras Lima, o Lelé, o espaço conta com salas de aula, biblioteca, espelho d’ água, além de um espaço para descanso e apresentações, apelidado Beijódromo pelo próprio Darcy.

O espaço, que parece um misto de oca indígena com nave espacial, tem uma área de 2 mil m² distribuída em dois andares. A biblioteca tem acervo de mais de 30 mil exemplares do antropólogo, além de documentos pessoais, como cartas trocadas com Oscar Niemeyer e com o filósofo francês Jean-Paul Sartre.

O local também contará exposições de artes brasileiras, que vão desde quadros de Portinari a artefatos indígenas.

Para o ministro da Cultura Juca Ferreira, o antropólogo Darcy Ribeiro foi um brasileiro que contribuiu pela defesa de importantes ideais. “Ele viveu exilado no Uruguai, lutou pela democracia na América Latina, lutou pelos direitos dos indígenas. Agora, toda a obra dele estará disponível aqui, para todos, para os alunos da UnB”. Juca Ferreira ressaltou ainda a importância de Darcy Ribeiro para a UnB. “Nós estamos lembrando a memória de um grande brasileiro. Se quisermos saudar a UnB, temos que saudar Darcy”.

O presidente Lula destacou que Darcy era um homem em permanente momento de exaltação do Brasil. “Havia a ideia de que ia faltar Brasil para tantas ideias de Darcy. Brasil não vai faltar, ele que faz falta”. Para o presidente, a construção é uma forma de exaltar a importância de Darcy. “Creio que a UnB e o Ministério da Cultura encontraram uma maneira muito feliz de manifestar a importância de Darcy para as ciências, para a Universidade e para o Brasil”.

Para o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o antropólogo ainda está vivo. “Todo o homem é um animal social porque precisa do outro, da sociedade. Darcy lutou pela Universidade, pelo mundo universitário, pela democracia. Creio que esses valores ainda estão vivos”. O reitor da UnB, José Geraldo de Souza Júnior, destacou que o Beijódromo é “o último presente de Darcy para a UnB”.